A popularidade de vídeos de gatinhos não deixa mentir: todos nós
adoramos bichinhos fofos. O problema, amigo, é que nem só de rostinhos
bonitos vive o reino animal. Para lançar luz sobre esse mundo de
vaidades, foi criada a Ugly Animals Society (Sociedade dos Animais Feios,
em português), uma organização inglesa bem humorada que tem uma causa
nobre: aumentar a visibilidade das criações “esteticamente
desfavorecidas” da Mãe Natureza. Além de divulgar semanalmente
informações sobre um bichinho feioso diferente, o grupo promoveu uma votação para eleger (entre fortes candidatos) o animal mais feio do mundo. Depois de mais de 20 mil votos online, o vencedor foi escolhido. Conheça o bichinho coroado e outros 5 animais pouco carismáticos que também merecem o seu amor:
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1. Peixe-bolha (Psychrolutes marcidus)
Difícil decidir se é o aspecto de geleca ou o semblante mal-humorado
que faz do peixe-bolha um ser tão esquisito. Mas não há dúvidas de que a
combinação certamente não favorece o habitante das águas profundas das
costas da Austrália e Tasmânia: o peixe (que com seu corpo gelatinoso é
capaz de suportar a pressão alta das profundezas) foi eleito pelo voto
online o animal mais feio do mundo em anúncio
feito no Festival Britânico de Ciência em Newcastle, realizado no dia
12 de setembro. Apesar de não ser comestível, o bichinho é ameaçado pela
pesca predatória: por se alimentar de caranguejos e lagostas, acaba
sendo laçado junto de suas presas pelas redes usadas na pescaria.
2. Macaco-narigudo (Nasalis larvatus)
O macaco-narigudo dificilmente passa despercebido em meio à multidão.
Natural da Malásia, o animal faz jus ao seu nome: o nariz dos machos
desta espécie pode chegar a medir mais de 10 centímetros. Listado como
uma espécie ameaçada da Lista Vermelha da União Internacional para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, sua população diminuiu
em mais de 50% nas últimas cinco décadas devido à perda de habitat e
caça.
3. Tartaruga-nariz-de-porco (Carettochelys insculpta)
Também candidata a uma rinoplastia, a tartaruga-nariz-de-porco habita rios e lagos da Austrália e da Nova Guiné. Última representante do gênero Carettochelys,
a espécie encontra-se em estado vulnerável de conservação: apesar de
ser protegida por lei, entre os anos de 1981 e 2011 sua população
diminuiu mais de 50%. A curiosa tartaruga é vítima de contrabando e
comércio ilegais – em 2011, por exemplo, foram apreendidos 600 exemplares contrabandeados para a China; este ano, outras 700 foram encontradas em um aeroporto.
4. Axolote (Ambystoma mexicanum)
Diferentemente de seus coleguinhas anfíbios, como sapos e rãs, que
passam a viver na terra depois de amadurecerem e abandonarem suas formas
larvais, o feioso axolote nunca cresce (#ForeverYoung) e vive na água a
vida toda – mais especificamente, nos lagos próximos da Cidade do
México. Só que por lá a maré não está boa para o axolote: a urbanização e
a poluição das águas fizeram com que a espécie fosse classificada como
criticamente ameaçada na natureza. No entanto, são bastante populares
nos laboratórios, onde sua grande capacidade de regeneração é estudada.
5. Rã-do-Titicaca (Telmatobius culeus)
Naturais do Lago Titicaca, localizado na fronteira do Peru e da
Bolívia, estes anfíbios foram um dia extremamente numerosos na região.
Hoje a história é diferente: depois de sofrerem por anos os impactos do
consumo predatório, poluição e depredação dos cursos d’água, a população
da rã-do-titicaca minguou, e a espécie é considerada hoje criticamente
ameaçada. Particularmente esquisita, esta rã tem capacidade pulmonar
reduzida e são suas muitas dobras de pele que permitem que ela respire.
Este curioso excesso de tecido lhe garantiu um apelido (nem tão
carinhoso): “rã escroto”. Tire suas próprias conclusões.
6. Kakapo (Strigops habroptilus)
O papagaio-mocho é certamente mais simpático que os seus demais
companheiros desamparados, mas ele sofre de outro tipo de bullying
animal: é o único papagaio do mundo que não voa. Tudo estava bem para o
pássaro da Nova Zelândia (que vivia em um ambiente com poucos predadores
naturais) até a chegada de europeus no território na década de 1840,
que trouxeram também gatos, cachorros e outros mamíferos que se tornaram
uma ameaça ao bichinho. Hoje o kakapo corre perigo crítico de extinção,
com apenas 126 espécimes contabilizados no mundo em 2012.
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