Cada ponto conta. Cada centímetro faz a diferença. Cada manobra pode
ser decisiva. Quando a competição é entre grandes campeões, até pequenos
detalhes podem ajudar a definir quem sai vencedor do confronto. E a
rivalidade é um fator considerável nessa equação. Entre centenas de
embates históricos, relembre 7 importantes rivalidades na história do
esporte:
1. Ayrton Senna x Alain Prost
No emocionante jogo de ultrapassagens da Fórmula 1, uma dupla em
especial ficou marcada pelos confrontos nada amigáveis dentro e fora das
pistas: Ayrton Senna e Alain Prost
são os protagonistas de uma das maiores rivalidades do esporte. As
disputas entre os dois começaram quando o jovem piloto brasileiro
ingressou na McLaren em 1988 para ser o companheiro de Prost, uma
combinação que, de cara, não deu certo, mas pegou fogo mesmo no ano
seguinte. A competitividade entre a dupla era tão intensa que a situação
se tornou insustentável, e o francês até trocou de equipe, passando a
correr pela Ferrari. As emocionantes disputas só tiveram fim em 1993,
quando Prost se aposentou pela Williams e abriu espaço para Senna
finalmente trocar a McLaren pela escuderia inglesa.
2. Pete Sampras e Andre Agassi
Os amantes do tênis na década de 1990 tiveram a chance de acompanhar os embates épicos entre Andre Agassi e Pete Sampras.
Com estilos de jogo diferentes – Agassi era especialista no jogo de
fundo de quadra, enquanto Sampras era um especialista no jogo de saque e
voleio -, a rivalidade dos dois só adicionava emoção às partidas que
disputaram. Entre os anos 1989 e 2002, eles se enfrentaram 34 vezes, com
20 vitórias de Sampras e 14 de Agassi. Em Grand Slams, a vantagem de
Sampras é maior: ele venceu 4 das 5 finais que disputaram. O último
embate oficial entre os dois foi a final do US Open de 2002, com vitória
de Sampras na sua última partida antes da aposentadoria.
3. Maria Esther Bueno e Margaret Court
Muito antes de Gustavo Kuerten brilhar pelas quadras de Roland Garros
e alcançar o primeiro lugar do ranking mundial, uma brasileira fez
bonito pelas quadras de tênis mundo afora. No final dos anos 1950 e nos
anos 1960, a paulista Maria Esther Bueno venceu sete
Grand Slams na categoria simples – entre eles, três títulos no
tradicional torneio de Wimbledon. Mas talvez o seu maior desafio tenha
sido enfrentar a lendária tenista australiana Margaret Court,
que obteve 24 vitórias em torneios de simples. A rivalidade entre as
duas chegou até à final do mais antigo torneio de tênis, onde se
enfrentaram duas vezes e com uma vitória para cada lado.
4. Muhammad Ali e Joe Frazier
(foto: John Shearer, )
Quem é fã de boxe deve saber de cor todos os detalhes dos combates
entre esses dois grandes ídolos dos ringues. Cassius Clay, o lendário
lutador que passou a ser conhecido como Muhammad Ali ao se converter ao islamismo, estava invicto até bater de frente com Joe Frazier. No primeiro confronto entre os dois, realizado em 1971 e considerada a luta do século,
foi Frazier quem saiu vitorioso. Na primeira revanche, em 1974,
Muhammad Ali levou a melhor e empatou a disputa entre os dois. No ano
seguinte, o lendário lutador derrotou Frazier pela segunda vez e manteve
os títulos mundiais da categoria peso-pesado.
5. Kelly Slater e Andy Irons
Considerado o maior surfista de todos os tempos e maior vencedor da história do surf, Kelly Slater enfrentou um rival à sua altura: o havaiano Andy Irons,
que conquistou três títulos mundiais entre 2003 e 2005. Mas, apesar de
disputarem emocionantes e acirradas baterias nas competições pelas
praias do mundo, a maré sempre esteve tranquila entre os dois
pessoalmente – Slater e Irons sempre foram grandes amigos longe das
competições.
.
6. Larry Bird, Magic Johnson e Michael Jordan
A década de 1980 e o começo dos anos 1990 foram períodos de ouro para
o basquete estadunidense. Entre os grandes nomes do período, Larry Bird, Magic Johnson e Michael Jordan
proporcionaram aos fãs do esporte momentos inesquecíveis e se
consagraram entre os principais nomes do esporte. Enquanto Bird liderou o
Boston Celtics durante três títulos, Magic Johnson ajudou os Lakers a
vencerem cinco vezes o torneio da NBA. Michael Jordan, por sua vez,
venceu a competição seis vezes com o Chicago Bulls.
7. Carl Lewis e Ben Johnson
Se hoje ninguém supera Usain Bolt, na década de 1980 o nome do momento era Carl Lewis.
O velocista americano ganhou 10 medalhas olímpicas, sendo 9 delas de
ouro. Mas, nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, seu reinado nos 100m
ficou em segundo no pódio: o canadense Ben Johnson
cruzou a linha de chegada em primeiro lugar. Só que, como toda
trajetória heróica merece algumas páginas de drama, Johnson foi pego no
exame antidoping e, poucas horas após o final da prova, Lewis recuperou a
medalha de ouro.
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Ter a sogra por perto deixa sua vida mais feliz
Duvida? Bem, um grupo de pesquisadores da Universidade Deakin, na Austrália, garante que ter a sogra por perto deixa sua vida mais feliz.
E eles concluíram isso depois de terem entrevistado mais de 2 mil pessoas. Perguntaram a todos com que frequência visitavam a sogrinha e quão satisfeitos estavam com a vida. Aqueles que viam pelo menos uma vez por semana a sogra e a mãe se mostravam mais felizes. Já quem só mantinha contato próximo com a própria mãe ficava um pouco atrás no ranking da felicidade.
Segundo os pesquisadores, os entrevistados mais felizes levam a melhor porque têm o apoio de duas fontes de carinho maternal. “Isso mostra que pessoas com uma vida familiar equilibrada têm mais chances de ser feliz do que aquelas que valorizam só uma parte da família”, conclui a pesquisa. Pois é, não ter contato com a sogra, aliás, pode até deixar seu par chateado ou ressentido.
E aí, concorda com a pesquisa? Sua sogra só atrapalha a sua vida ou é um amor?
Objetos da família real portuguesa são encontrados durante obra do metrô do RJ
Cosméticos franceses, vidros
de perfume e um frasco de água de colônia com o (sugestivo) nome de
“anti-catinga”: tudo isso estava no lixo da Casa de Bragança, a dinastia
portuguesa que governou o Brasil na época do Império.
O material foi encontrado
durante as escavações que precederam a construção de uma fábrica de
componentes para a expansão do metrô no centro do Rio de Janeiro. Antigamente, no local, era depositado o lixo do palácio imperial.
Anel de ouro e vidro está entre os achados durante as escavações da linha 4 do metrô
Antes de chegar ao que era um nobre “lixão”, os arqueólogos tiveram
que escavar sobre os escombros de casas e colinas que foram derrubados
durante o plano de urbanização realizado no final do século XIX e início
do século XX, época em que o Rio de Janeiro ainda era a capital do
país.A tal “lixeira” hoje revela um dos maiores achados arqueológicos do Brasil. Até agora, os pesquisadores catalogaram cerca de 210 mil de itens em bom estado de conservação, mas calcula-se que será possível recuperar até 1 milhão de peças no local.
Entre os objetos se destacam uma escova de dente com alusão ao imperador Dom Pedro II – ela contém uma inscrição em francês que diz “Vossa Majestade o Imperador do Brasil”, o que pode indicar que pertencia ao imperador ou a alguém próximo a ele – pratos e vasilhas de cerâmica, cachimbos com restos de tabaco, produtos de herbário e farmácia.
Dom Pedro II, aos 25 anos: sua escova de dentes está entre as peças encontradas.
Alguns itens encontrados são ainda mais antigos, como manufaturas indígenas do século XVII. Pesquisadores acreditam que esses objetos podem revelar aspectos sobre a sociedade da época até então desconhecidos – por exemplo: como era feita a coleta de lixo? Como eram as relações comerciais?
Como as obras de expansão do metrô carioca se prolongarão até 2016, as escavações precisarão ser interrompidas pelos próximos 3 anos. Depois disso, o trabalho de escavação da “lixeira” da família Bragança recomeçará.
Parasita faz com que ratos nunca mais tenham medo de gatos
Por Lívia Aguiar
O parasita que causa toxoplasmose, doença que atinge cerca de um terço das pessoas no mundo todo e afeta a maioria dos mamíferos e aves, pode ter a capacidade de alterar permanentemente uma função no cérebro dos ratos que os faz ter medo de gatos. A descoberta foi feita por cientistas dos departamentos de biologia molecular e de medicina da Universidade de Berkeley, nos EUA.
O Toxoplasma gondii já era conhecido por eliminar o medo inato dos ratos por gatos – a descoberta publicada este mês é que essa alteração no cérebro dos roedores pode ser para sempre. Os pesquisadores constataram que após três semanas os ratos já não tinham medo algum do cheiro de gatos e que, mesmo após meses livres do parasita, eles continuavam destemidos. E eles não só perdem o medo, mas se tornam levemente atraídos pelo cheiro dos felinos. Essa constatação levanta a possibilidade que o protozoário cause uma mudança permanente na estrutura cerebral.
Mas por que causar esse efeito nos ratinhos? A hipótese levantada pelos cientistas é que foi uma adaptação evolutiva do Toxoplasma gondii. Veja bem, o parasita só consegue se reproduzir no estômago dos gatos, então a melhor alternativa para os protozoários que vieram a infectar ratos é fazer com que seu hospedeiro seja comido.
Em humanos, a toxoplasmose está ligada a mudanças no comportamento e a esquizofrenia. Pessoas com esquizofrenia têm mais chances de serem infectados pelo Toxoplasma e medicamentos usados para tratar a psicopatologia podem inibir a replicação do parasita.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Cientistas criam bateria aproveitando energia que vem do cocô
Cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, criaram um jeito de
usar bactérias presentes no cocô para produzir energia elétrica enquanto
digerem matéria orgânica. Yi Cui, cientista de materiais, e Craig
Criddle, engenheiro ambiental, publicaram hoje um artigo que
explica como é possível aproveitar micróbios naturalmente presentes em
matéria orgânica em decomposição (como o cocô) para gerar energia. O
segredo são as bactérias filamentosas “exo eletrogênicas”, que vivem em
ambientes sem oxigênio, usam matéria orgânica em decomposição como
alimento e liberam o excesso elétrons durante a digestão. Esses
micróbios fazem nano fios de eletricidade naturalmente. Os cientistas
desenvolveram, então, uma técnica para ”caçar” esses elétrons usando
filamentos de carbono e óxido de prata, resultando em uma bateria.
A ideia é, no futuro, usar essa tecnologia nova para limpar sistemas de esgoto e lugares onde matéria orgânica é muito concentrada e não há oxigênio, como lagos e zonas costeiras muito poluídos. Cui e Criddle afirmam que essa bateria pode extrair até 30% do potencial energético do esgoto e que pode ser usada para alimentar os sistemas de tratamento dele.
Mas calma. Os inventores da “bateria microbial” ainda estão nos primeiros estágios de testes. Como você pode ver na foto acima, eles criaram um protótipo em laboratório do tamanho de uma pilha grande que ainda tem cara de experimento da aula de química. Eles também estão à procura de um óxido mais barato do que o de prata para construir baterias mais acessíveis. Nós da SUPER estamos torcendo para a iniciativa dar certo!
A ideia é, no futuro, usar essa tecnologia nova para limpar sistemas de esgoto e lugares onde matéria orgânica é muito concentrada e não há oxigênio, como lagos e zonas costeiras muito poluídos. Cui e Criddle afirmam que essa bateria pode extrair até 30% do potencial energético do esgoto e que pode ser usada para alimentar os sistemas de tratamento dele.
Mas calma. Os inventores da “bateria microbial” ainda estão nos primeiros estágios de testes. Como você pode ver na foto acima, eles criaram um protótipo em laboratório do tamanho de uma pilha grande que ainda tem cara de experimento da aula de química. Eles também estão à procura de um óxido mais barato do que o de prata para construir baterias mais acessíveis. Nós da SUPER estamos torcendo para a iniciativa dar certo!
Por que vodca dá mais amnésia que outras bebidas?
ESTA CANETA SÓ SAI COM GUMMY
Como você falou, o uísque tem uma graduação alcoólica parecida. Aliás, cachaça, rum e tequila costumam flutuar em torno dos 40%. O gim tem um pouco a mais. Quanto mais álcool, maior a interferência no cérebro. “Ele interfere em sistemas de armazenamento e transferência da memória de curto para longo prazo”, diz sobriamente o neurologista Mauro Muskat, da Unifesp. Ele explica que o que acontece é um bloqueio de algumas áreas cerebrais, relacionadas com a transferência da memória de curto prazo (mediadas no hipocampo) e com a memória de longo prazo (mediadas na região frontal do cérebro).
Na linguagem rasteira das buatchis, tu deu pt, queimou a largada.
O neurologista lembra que não é só quantidade que influi,
mas também a velocidade em que o álcool invade o organismo. Uma pessoa
que não está acostumada a beber e bebe muito rápido muitas vezes não
fica necessariamente embriagada, mas pode, mesmo assim, ter alterações
específicas relacionadas ao armazenamento de memória, ou seja, pode ter
aqueles períodos de branco no dia seguinte. “Isso é bem individual, vai
variar de organismo para organismo”, diz Muskat.
Vale lembrar também que uma pesquisa da Universidade da
Califórnia, feita com imagens de ressonância magnética de cérebros de
estudantes universitários, sugeriu que a amnésia alcoólica não depende
da quantidade de álcool ingerida, e pode se tratar de uma questão genética:
algumas pessoas têm um componente bioquímico no cérebro que faz com que
o álcool afete mais intensamente a atividade cerebral em áreas ligadas
ao autodomínio, atenção e memória de trabalho. Com isso, elas ficam mais
propensas a perder a memória quando bebem.
É um estudo. E estudo tem de monte.
Mas isso tudo volta à história de como a gente bebe esses destilados. De maneira geral:
uísque – cheio de gelo ou cheio de energético na
balada. Se beber muito, amnésia. Se beber em casa, é devagar,
degustando. Logo, sem apagar.
tequila – salvo estudiosos del tequila,
entusiastas e recém-chegados de uma viagem ao México que foi além do
spring break em Cancún, humanos costumam beber em shots grosseiros,
lambuzados de sal e limão. Resultado: pessoas uivando – e amnésia.
cachaça – como abrideira de refeições, bebemos
cerimoniosamente ou em shots, além, claro, da caipirinha. mas é raro
beber em quantidades alambiqueiras numa balada. É uma bebida do dia, do
sol, do churrasco. Encharque-se de caipirinha e veja se não há amnésia.vodca – também funciona bem como abrideira e há uma infinidade de nuances e sabores, mas, na prática, quem a consome no Brasil ou faz drinques mais ou menos requintados ou usa para turbinar a noite insanamente. Por isso é relacionada à amnésia com mais frequência.
gim – quem aí bebe gim?
O ousado plano de Dilma
Na esteira dos escândalos de espionagem, o Washington Post está dizendo que Dilma Roussef quer separar a internet brasileira da americana. O plano, ousado, segundo um texto
publicado pelo blog americano Gizmodo, envolve construir uma nova
ligação submarina por fibra ótica até a Europa para que as comunicações
brasileiras não precisem passar por território americano, e obrigar as
gigantes da internet a armazenar seus dados sobre brasileiros no Brasil,
para que estejam sujeitos às leis brasileiras. O governo brasileiro
também estaria estudando criar um endereço de email “@correios.gov.br”,
para que os brasileiros tenham alternativa viável aos gmails e yahoos da
vida.
Quanto à ideia de trocar o endereço de email, obrigado, eu passo. Por mais que eu confie no meu carteiro para me entregar cartas e, infelizmente, contas, não boto fé que os Correios sejam capazes de desenvolver um serviço melhor que o do Google.
Mas, para além disso, será que a preocupação de Dilma é mera paranoia? Será que é mesmo uma questão de “segurança nacional” manter o controle dos nossos dados?
Sem dúvida nenhuma os Estados Unidos têm um poder imenso em tudo o que se refere à internet. Natural: quase toda a internet que presta é americana. Por isso, mesmo que não houvesse espionagem do governo americano, os gringos já possuiriam uma bela vantagem estratégica sobre nós. Imagine que as empresas privadas dos Estados Unidos dispõem de uma imensa rede entranhada na nação brasileira, sugando informação e enviando para o norte todo dia. Essa informação toda vale dinheiro – muito dinheiro. Gigantes como Facebook e Google já faturam com publicidade em território brasileiro mais do que quase qualquer empresa local de comunicação.
Mas esse poder americano está baseado em bons produtos. Usamos o Facebook, em vez do Mirtesnet, porque o site funciona muito melhor, o que por sua vez se explica pelo fato de que a dinâmica economia americana foi capaz de investir o tempo de muita gente talentosa, formada nas melhores universidades do mundo, no desenvolvimento da rede social. Já o Mirtesnet provavelmente teve que lidar com altos encargos trabalhistas, insuficiência educacional, uma papelada enlouquecedora e, possivelmente, algum fiscal pedindo propina.
Quando ouço a notícia de que o governo brasileiro está prestes a investir uma fortuna para esticar cabos submarinos e erguer muralhas digitais, fico um pouco tenso. Será que tanta paranoia com segurança não vai acabar burocratizando nossa internet, enchendo a rede de pedágios e guaritas e catracas? Trabalho numa grande empresa e sei bem o que a preocupação com segurança não pode fazer com o humor de uma pessoa, que precisa decorar 17 senhas apenas para poder acessar seus emails.
De qualquer maneira, no mínimo algumas partes do plano de Dilma fazem sentido. Conectar o Brasil de maneira mais complexa ao grid digital mundial, de forma que nossas comunicações tenham vários possíveis caminhos a seguir, parece prudente. Dependência demais da internet americana deixa a nossa muito vulnerável e dá poder demais a um só país sobre informações cuja importância só vai crescer. É mesmo papel dos governos fornecer infraestrutura segura e de qualidade para os cidadãos poderem criar em cima dela – o surto americano de inovação digital só foi possível depois que o governo passou décadas criando superavenidas de dados.
Mas impedir cidadãos brasileiros de voluntariamente enviarem suas informações aos Estados Unidos me parece uma estratégia fadada ao fracasso e com vocação de nos deixar mais parecidos com países como Irã e China. O único jeito de evitar que a internet americana domine mais e mais aspectos da vida brasileira é criando no Brasil um ambiente tão dinâmico e inovador quanto o dos gringos. E, nesse aspecto, o governo muito ajuda se pouco atrapalhar.
Quanto à ideia de trocar o endereço de email, obrigado, eu passo. Por mais que eu confie no meu carteiro para me entregar cartas e, infelizmente, contas, não boto fé que os Correios sejam capazes de desenvolver um serviço melhor que o do Google.
Mas, para além disso, será que a preocupação de Dilma é mera paranoia? Será que é mesmo uma questão de “segurança nacional” manter o controle dos nossos dados?
Sem dúvida nenhuma os Estados Unidos têm um poder imenso em tudo o que se refere à internet. Natural: quase toda a internet que presta é americana. Por isso, mesmo que não houvesse espionagem do governo americano, os gringos já possuiriam uma bela vantagem estratégica sobre nós. Imagine que as empresas privadas dos Estados Unidos dispõem de uma imensa rede entranhada na nação brasileira, sugando informação e enviando para o norte todo dia. Essa informação toda vale dinheiro – muito dinheiro. Gigantes como Facebook e Google já faturam com publicidade em território brasileiro mais do que quase qualquer empresa local de comunicação.
Mas esse poder americano está baseado em bons produtos. Usamos o Facebook, em vez do Mirtesnet, porque o site funciona muito melhor, o que por sua vez se explica pelo fato de que a dinâmica economia americana foi capaz de investir o tempo de muita gente talentosa, formada nas melhores universidades do mundo, no desenvolvimento da rede social. Já o Mirtesnet provavelmente teve que lidar com altos encargos trabalhistas, insuficiência educacional, uma papelada enlouquecedora e, possivelmente, algum fiscal pedindo propina.
Quando ouço a notícia de que o governo brasileiro está prestes a investir uma fortuna para esticar cabos submarinos e erguer muralhas digitais, fico um pouco tenso. Será que tanta paranoia com segurança não vai acabar burocratizando nossa internet, enchendo a rede de pedágios e guaritas e catracas? Trabalho numa grande empresa e sei bem o que a preocupação com segurança não pode fazer com o humor de uma pessoa, que precisa decorar 17 senhas apenas para poder acessar seus emails.
De qualquer maneira, no mínimo algumas partes do plano de Dilma fazem sentido. Conectar o Brasil de maneira mais complexa ao grid digital mundial, de forma que nossas comunicações tenham vários possíveis caminhos a seguir, parece prudente. Dependência demais da internet americana deixa a nossa muito vulnerável e dá poder demais a um só país sobre informações cuja importância só vai crescer. É mesmo papel dos governos fornecer infraestrutura segura e de qualidade para os cidadãos poderem criar em cima dela – o surto americano de inovação digital só foi possível depois que o governo passou décadas criando superavenidas de dados.
Mas impedir cidadãos brasileiros de voluntariamente enviarem suas informações aos Estados Unidos me parece uma estratégia fadada ao fracasso e com vocação de nos deixar mais parecidos com países como Irã e China. O único jeito de evitar que a internet americana domine mais e mais aspectos da vida brasileira é criando no Brasil um ambiente tão dinâmico e inovador quanto o dos gringos. E, nesse aspecto, o governo muito ajuda se pouco atrapalhar.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Darwin – O Homem que Matou Deus
Esta postagem e para que as pessoas entendam mais sobre a teoria da evolução não estou dando mérito a teoria e nem dizendo que Deus não existe.
Se você e uma barata fizerem as árvores genealógicas de vocês, vão chegar a um antepassado comum, um indivíduo que você e ela podem chamar de avô. Um indivíduo mais parecido com uma barata do que com os seus pais, mas ainda assim ancestral direto tanto seu quanto dela.
Bom, antes de brotar da lama ele vivia em algum lugar. Esse Adão provavelmente era uma molécula de carbono que se formou antes de o Sol ter surgido, dentro da fornalha nuclear de alguma outra estrela. Essa outra estrela morreu em algum ponto da história do Universo. Quando uma estrela morre, ela geralmente explode, liberando no espaço os átomos que nasceram lá dentro. Inclusive os de carbono, que formam a base do seu corpo agora. Soltos no vácuo, alguns desses átomos de carbono se juntaram em cadeias, formando moléculas. E quando a Terra nasceu, no mesmo quiprocó espacial que deu origem ao Sol, há 4,5 bilhões de anos, algumas dessas moléculas vieram parar na nossa superfície.
Uma superfície conturbada. A infância da Terra foi traumática, infestada por vulcões e impactos contínuos de asteroides. Numa dessas explosões épicas, bateu aqui um astro do tamanho de Marte. A explosão foi tão violenta que o maior resquício dela continua bem aqui sobre as nossas cabeças: toneladas de rocha que um dia foram parte da superfície da Terra, aglomeradas numa bola flutuante que a gente chama de “Lua”. Outros impactos foram mais produtivos: caso das bilhões de pancadas com cometas. A melhor definição para um cometa talvez seja “asteroide de gelo”. E foi do gelo deles que veio toda a água da Terra.
Na infância do planeta, o gelo dos cometas foi criando um lamaçal (que depois viraria o mar). E nesse híbrido de sertão e mar algumas daquelas moléculas de carbono encontraram um porto seguro. O lodo era um ambiente propício para que elas se juntassem, formando cadeias cada vez mais longas e complexas. Uma hora, como quem não quer nada, apareceu um estranho nesse ninho molecular. Um acidente da natureza. Era uma molécula de carbono capaz de se replicar, de sugar matéria do ambiente e usar como matéria-prima para produzir cópias dela mesma. Motivo? Nenhum: ela fazia réplicas por fazer e pronto. Vai entender.
Falando em lado de fora, e o lado de fora? A evolução seria um
fenômeno circunscrito à vida na Terra ou algo universal, como as leis da
física? O físico Lee Smolin, do Perimeter Institute, no Canadá, fica
com a opção 2.
Se você e uma barata fizerem as árvores genealógicas de vocês, vão chegar a um antepassado comum, um indivíduo que você e ela podem chamar de avô. Um indivíduo mais parecido com uma barata do que com os seus pais, mas ainda assim ancestral direto tanto seu quanto dela.
Esse sujeito viveu há mais ou menos 500 milhões de anos.
Indo um pouco mais para trás nessa árvore genealógica aparece nosso
ancestral comum com as bactérias. Ou seja: do ponto de vista da
“criação” não somos mais especiais do que os nossos parasitas. Foi o que
Darwin concluiu. Ao destruir o mito de que o homem é o centro da
criação, ele tornou a ideia da existência de Deus menos necessária. De
quebra, desvendou boa parte do sentido da vida. E provavelmente do
Universo. É o que você vai ver daqui uns 15 minutos de texto. Mas antes
vamos à história do Adão da vida real, o ancestral de todas as coisas
vivas, e que brotou da lama.
***Bom, antes de brotar da lama ele vivia em algum lugar. Esse Adão provavelmente era uma molécula de carbono que se formou antes de o Sol ter surgido, dentro da fornalha nuclear de alguma outra estrela. Essa outra estrela morreu em algum ponto da história do Universo. Quando uma estrela morre, ela geralmente explode, liberando no espaço os átomos que nasceram lá dentro. Inclusive os de carbono, que formam a base do seu corpo agora. Soltos no vácuo, alguns desses átomos de carbono se juntaram em cadeias, formando moléculas. E quando a Terra nasceu, no mesmo quiprocó espacial que deu origem ao Sol, há 4,5 bilhões de anos, algumas dessas moléculas vieram parar na nossa superfície.
Uma superfície conturbada. A infância da Terra foi traumática, infestada por vulcões e impactos contínuos de asteroides. Numa dessas explosões épicas, bateu aqui um astro do tamanho de Marte. A explosão foi tão violenta que o maior resquício dela continua bem aqui sobre as nossas cabeças: toneladas de rocha que um dia foram parte da superfície da Terra, aglomeradas numa bola flutuante que a gente chama de “Lua”. Outros impactos foram mais produtivos: caso das bilhões de pancadas com cometas. A melhor definição para um cometa talvez seja “asteroide de gelo”. E foi do gelo deles que veio toda a água da Terra.
Na infância do planeta, o gelo dos cometas foi criando um lamaçal (que depois viraria o mar). E nesse híbrido de sertão e mar algumas daquelas moléculas de carbono encontraram um porto seguro. O lodo era um ambiente propício para que elas se juntassem, formando cadeias cada vez mais longas e complexas. Uma hora, como quem não quer nada, apareceu um estranho nesse ninho molecular. Um acidente da natureza. Era uma molécula de carbono capaz de se replicar, de sugar matéria do ambiente e usar como matéria-prima para produzir cópias dela mesma. Motivo? Nenhum: ela fazia réplicas por fazer e pronto. Vai entender.
Essa aparição foi algo tão improvável quanto se esta tela
comesse seus dedos agora e, a partir dos átomos da sua carne, pele e
ossos, construísse uma cópia dela mesma. Improvável, mas foi exatamente o
que aconteceu naquele dia.
E não havia nada ali para conter o apetite da molécula
devoradora. Ainda mais porque arranjar matéria-prima, ou seja, “comida”,
nesse caldo primitivo era fácil: bastava “pescar” nutrientes na água.
Assim a molécula primordial cresceu e se multiplicou. Mas tinha um
problema: nem sempre as réplicas saíam perfeitas. Às vezes acontecia um
erro de cópia aqui, outro ali. Surgiam aberrações. “Um livro e tanto
escreveria o capelão do Diabo sobre os trabalhos desastrados,
esbanjadores, ineficientes e terrivelmente cruéis da natureza!”,
escreveria Darwin sobre esse processo bilhões de anos depois.
Esses erros aconteciam bem de vez em quando: um a cada
milhão de réplicas. Mas tempo é o que não falta nesse mundo. Então eles
foram se acumulando mais e mais. Só que alguns não davam em aberrações.
Muito pelo contrário. Algumas réplicas nasciam com uma mutação que as
fazia se multiplicar mais em menos tempo. E não demorou para essas
mutantes mais férteis dominarem o mar. Só isso já é um tipo de seleção
natural. Mas a regra de Darwin só deu as caras para valer quando
aconteceu o inevitável: o mundo ficou pequeno para tantos replicadores.
Com a superpopulação, os ingredientes de que eles precisavam para fazer
suas cópias rarearam. Era a primeira crise de fome no planeta.
A saída? Ir para a briga. Mas estamos falando de moléculas,
que não têm lá muito poder de decisão. Foi aí que provavelmente surgiu
uma mutação inédita, que permitia a algumas moléculas comer outros
replicadores. Assim elas conseguiam eficiência total: arranjavam almoço e
eliminavam rivais ao mesmo tempo. Mas o domínio não duraria para
sempre. Com o tempo surgiram mutantes com capa protetora natural. Com
essa armadura, dava para comer os rivais sem o risco de ser comido.
Nasciam as primeiras células do mundo. “Os replicadores deixavam de
meramente existir e começavam a fazer contêineres para eles, veículos
para que pudessem continuar vivos. Os que sobreviveram foram os que
construíram ‘máquinas de sobrevivência’ para si”, escreveu o mais
notório dos neodarwinistas,Richard Dawkins.
Não demorou para virem células mutantes ainda mais
terríveis contra as rivais. Elas tinham o poder de juntar forças com
outras células e atacar unidas. E de fazer cópias de si mesmas numa
tacada só, como se todas fossem uma única molécula. Surgiam os primeiros
seres multicelulares.
E eles ficaram cada vez mais complexos: suas células
passaram a assumir funções distintas para operar sua máquina de
sobrevivência. Faziam como soldados num tanque de guerra: umas ficavam a
cargo da locomoção, na forma de nadadeiras; outras, dos “satélites”
para encontrar comida (visão, olfato).
E o progresso nunca parou. Tanto que hoje boa parte dos
replicadores vive em “robôs” imensos, feitos de milhares de trilhões de
células. Agora chamamos os replicadores de “genes”, e eles estão dentro
de nós. Somos sua máquina de sobrevivência.
***
Genes mutantes e as pressões da seleção natural fizeram
essa obra esplêndida que você vê no espelho todas as manhãs. Mas uma
coisa não mudou desde os tempos da primeira molécula replicadora –
aquele objetivo irracional: tudo o que os genes querem são fazer cópias
de si mesmos. Foi para isso que eles criaram nosso corpo e nossa mente. E
agora comandam a gente lá de dentro, por controle remoto, para que
trabalhemos em nome da preservação deles. A razão da sua existência?
Lutar para que os seus genes façam cópias deles mesmos do melhor jeito
possível.
Esse egoísmo dos genes é uma das chaves para descobrir como a nossa mente funciona. O próprio Darwin tinha escrito, no final de A Origem das Espécies:
“Agora a psicologia se assentará sobre um novo alicerce”. Demorou, mas
aconteceu. Uma nova ciência da mente ganhou terreno no final do século
20. Foi a psicologia evolucionista, que usa Darwin e a mecânica dos
genes para entender o que se passa aí dentro da sua cabeça.
Premissa número 1 dessa ciência: a mente já nasce quase
pronta. Ela não é uma folha em branco, em que qualquer coisa pode ser
“escrita”, como muitos filósofos e cientistas sociais defendem. Do ponto
de vista da psicologia evolucionista, não faz sentido dizer que a
cultura molda o nosso comportamento. Ela afirma que sua mente foi
forjada ao longo de toda a evolução. E que você vem ao mundo com todos
os “softwares” instalados no “hardware” da sua cabeça. Seus desejos, sua
personalidade e tudo o mais dependem desses programas mentais. Nossa
margem de manobra é pequena. E tem outra: a mente humana ganhou os
softwares que tem hoje nos últimos 200 000 anos, quando nossa espécie, o
Homo sapiens, veio ao mundo. Passamos 97% desse tempo em bandos
nômades, que viviam da caça e da coleta. Nossa mente, então, não passa
de uma ferramenta da Idade da Pedra tentando se virar num mundo que não
existe mais. Do ponto de vista dos nossos genes, ainda estamos no
Paleolítico, uma época sem faculdade, carreira, dinheiro ou
anticoncepcionais. Uma época em que só duas coisas realmente contavam: sexo e violência. No próximo bloco.
***
Se ainda sobrou alguma coisa que você queria saber sobre
sexo, mas não tinha coragem de perguntar, talvez a resposta dos
evolucionistas sirva: ele é a forma que os genes arrumaram para melhorar
as defesas da sua máquina de sobrevivência. Por exemplo: se você tem um
sistema imunológico que não sabe se defender de algum vírus, e tudo o
que você sabe fazer para se reproduzir são cópias de si mesmo, como
aquelas primeiras células, seus rebentos vão ter esse problema. E o clã
inteiro vai mor-rer no caso de um ataque.
Agora, se você combina seus genes com o de um ser imune ao
tal vírus, a história é outra: teo-ricamente, só uma parte do clã
morreria. E o resto continuaria passando seus genes adiante como se nada
tivesse acontecido.
Ao criar esse tipo inovador de reprodução, a seleção
natural tratou de dividir o trabalho entre dois tipos de funcionários
especializados. Um teria a função de tentar pôr seus genes em qualquer
máquina de sobrevivência que cruzasse seu caminho. O outro selecionaria
entre esses primeiros quais têm os melhores genes para compartilhar e
cuidaria da cria que os dois tivessem juntos. Em outras palavras, o
mundo se dividia entre machos e fêmeas (em algumas espécies, os papéis
se invertem: os filhotes ficam a cargo dos machos, então eles é que são
os mais paquerados).
Enfim, ao ganhar o poder de decidir quais machos terão
filhos e quais ficarão na prateleira, as fêmeas assumiram o controle da
evolução na maioria das espécies. E, para a psicologia evolutiva, é isso
que determina aquilo que mais importa na vida: a propagação dos nossos
genes, coisa também conhecida como vida afetiva e sexual.
O sexo, hoje, tem pouca relação com o ato de fazer filhos.
Você sabe. Nenhum adolescente pensa em engravidar 10 meninas quando vai
viajar para o Carnaval. Mas os genes dele não fazem idéia de que existem
camisinhas e tudo o mais, então deixam o rapaz com vontade de transar
com 10 garotas e pronto. Se tudo der certo, esses genes poderão
instalar-se no útero de um monte de meninas e construir um monte de
bebês (várias máquinas de sobrevivência novinhas!).
Do ponto de vista das fêmeas a história é outra: transar
com 10 sujeitos num feriado não vai “render” 10 filhos para os genes
dela se instalarem. Vai dar é uma baita dor de cabeça. Os contraceptivos
poderiam deixá-las livres para fazer sexo só pelo prazer com um monte
de seres do sexo oposto, como qualquer homem faz (ou tenta fazer). Mas
não. O cérebro delas evoluiu para selecionar os melhores parceiros, ter
poucos (e bons) filhos, não para tentar a sorte com qualquer um. Sem
falar que, do tempo dos nossos ancestrais caçadores-coletores até o
século 20, sexo casual para elas era correr o risco de acabar com um
bebê indesejado. Aí não tem ideologia liberal nem pílula que dê conta de
superar esse “trauma” evolutivo.
Psicólogos da Universidade Stanford checaram isso com uma
experiência simples. Contrataram homens e mulheres atraentes para
abordar estudantes e dizer: “Você gostaria de ir para a cama comigo
hoje?” Nenhuma mulher aceitou. Já as garotas tiveram resultados
melhores: 75% dos homens toparam no ato. Dos 25% restantes, a maioria
pediu desculpas, explicando que tinha marcado de sair com a namorada.
Pois é: do ponto de vista da seleção natural, uma bela fêmea disponível é
um bem valioso demais para ser desperdiçado. Nenhum homem se surpreende
com isso (o pessoal da obra não está só brincando quando diz “ô, lá em
casa!”), mas para as mulheres a verdade da psicologia evolucionista pode
soar assustadora: “O desejo de variedade sexual nos homens é
insaciável. Quanto maior for o número de mulheres com quem um homem
tiver relações, mais filhos ele terá [pelo menos é o que os genes
´pensam´]. Então demais nunca é o bastante”, escreveu outro guru do
neodarwinismo, o psicólogo Steven Pinker, da Universidade Harvard, nos
EUA.
Esse apetite todo também ajuda a explicar as raízes de
outro comportamento ancestral: a violência. Os despojos de guerra mais
comuns nos conflitos tribais sempre foram as mulheres. Não é à toa que
uma das lendas sobre a fundação de Roma, que aconteceu no século 8 a.C.,
celebra o dia em que os primeiros romanos atacaram uma tribo vizinha, a
dos sabinos, e raptaram as mulheres deles para começar sua civilização.
Não dá para dizer que não deu certo.
E esse é o ponto: às vezes a violência é, sim, o melhor
jeito de conseguir alguma coisa. Então não há mistério para a psicologia
evolucionista: como a violência funcionou ao longo da história, está
impregnada nos nossos genes. “Os bebês só não matam uns aos outros
porque não lhes damos acesso a facas e revólveres”, disse o pediatra e
psicólogo Richard Tremblay, da Universidade de Montreal, em uma
entrevista à revista americana Science. A grande questão, ele completa,
não é como as crianças aprendem a agredir, mas como elas aprendem a não
fazer isso.
Intrigante, mas o psicólogo evolucionista Eduardo Ottoni,
da USP, tem a resposta na ponta da língua: “A coisa mais complicada na
vida de um primata é a capacidade de se virar em sociedades complexas. E
se dar bem socialmente não é dar bifa em todo mundo”. Então nada melhor
que um pouco de altruísmo com alguns para ficar bonito na foto. Os
morcegos que o digam: entre as espécies que se alimentam de sangue, a
vida não é fácil. Nem sempre dá para voltar pra caverna com o almoço na
barriga. Mas os que conseguiram sangue durante o dia dão uma força aos
malsucedidos, oferecendo a eles o sangue que sobrou na boca. Mas não tem
conversa: quem não retribuir a oferta quando a situação for inversa
fica com a reputação manchada e é banido do almoço grátis.
Mas em alguns casos somos altruístas sem querer nada em
troca, nem inconscientemente. Isso acontece quando o assunto é a sua
família. E é aí que fica mais clara a forma como os genes nos dominam.
***
Você é uma máquina de sobrevivência dos seus genes, que o
usam para se reproduzir. Ok. Mas o que aconteceria se esses genes
tivessem construído um cérebro capaz de detectar cópias deles em outro
corpo? O seguinte: eles também lutariam pela sobrevivência desse corpo.
Fariam você se sentir aliviado com bem-estar dele.
O fato é que os genes construíram esse sistema de detecção.
Todos os cérebros têm isso em algum grau. E o altruísmo puro é
exatamente o que acontece quando dois animais são parentes próximos.
Existe uma chance em duas de que qualquer um dos seus genes
esteja no seu irmão ou no seu filho. E 1 em 8 de que esteja em um
primo. Sendo assim, o que o neodarwinismo diz é: você não “ama” seus
filhos e irmãos. São seus genes que vêem neles maneiras de se perpetuar.
E é por isso que você os ajuda. O geneticista John Haldane (1892-1964),
um dos pioneiros do neodarwinismo, quis deixar isso claro quando lhe
perguntaram se ele daria a vida por um irmão. A resposta: “Não. Mas
daria por 2 irmãos ou 8 primos”.
O mesmo vale para quando nos apaixonamos. Se você ama
alguém, quer ter filhos com essa pessoa, quer colocar seus replicadores
ali e se esfolar para cuidar dos rebentos. Aí, para o futuro dos genes,
sua vida só faz sentido se aquela pessoa existir. E o sentimento é tão
poderoso que parece eterno enquanto dura.
Outra coisa que determina a hierarquia entre parentes é a
expectativa de que eles se reproduzam. Daí os pais se sacrificarem mais
pelos filhos do que os filhos pelos pais. Responda rápido: se você
tivesse que decidir entre a morte de 20 estranhos e a vida do seu filho,
ficaria com qual opção? Ou melhor: existe algum número de pessoas que
valha a vida de um filho? Para a psicologia evolucionista, não. Para o
Zé Mané do boteco e a dona Cleide da quitanda também não. O egoísmo dos
genes aí dentro é maior do que tudo o que tem do lado de fora.
***
Smolin mandou as regras de Darwin para o espaço.
Literalmente: criou uma teoria que aplica a seleção natural ao Universo
inteiro. E foi além. Para ele (e outros físicos), nosso Universo é só
mais um entre bilhões e bilhões. Todos juntos num Cosmos imensurável que
podemos chamar de Multiverso. Nesse cenário, os universos são os
indivíduos, os replicadores. Cada um lutando para fazer mais e mais
cópias de si mesmo.
Bom, este Universo aqui começou quando toda matéria, tempo e
espaço que conhecemos estavam espremidos em algo infinitamente pequeno.
Esse pontinho explodiu no “dia” do Big Bang, há 13,7 bilhões de anos, e
agora estamos aqui. A explosão que deu origem ao Universo, por sinal,
aconteceu bem aí, no lugar onde você está agora. É um fato: no momento
do Big Bang todos os lugares estavam no mesmo lugar, ocupando um espaço
bem menor que o pingo deste “i”. O nosso Universo continua sendo só essa
parte interna do Big Bang.
Mas tem uma coisa: existem alguns lugares no Universo em
que tudo também está espremido em espaços menores que um pingo de “i”
agora mesmo. São os buracos negros, que sugam tudo o que está à volta
deles, inclusive o tempo e o espaço. Por isso, Smolin imagina que dentro
de cada buraco negro há um Big Bang acontecendo. E os buracos seriam
como “gametas” cósmicos: dariam à luz novos universos, parecidos com o
“pai”. Smolin considera, então, que as “espécies” mais bem-sucedidas no
Multiverso são justamente as que produzem mais buracos negros – a
“prole” delas vai ser seguramente maior.
Lembre-se que buracos negros são estrelas mortas. E daí?
Daí que, quanto maior for o número de estrelas, maior vai ser o de
“gametas”. Mais: as nuvens de matéria onde as estrelas nascem, como as
da foto aqui em cima, precisam ser bem frias (por motivos que só daria
para explicar com uns 2 mil caracteres sobre física molecular – melhor
pular). Bom, e sabe que tipo de coisa é o que há de melhor para esfriar
essas nuvens cósmicas? Moléculas de carbono. Elas mesmas, as que deram o
pontapé inicial na vida por aqui. Quanto mais delas houver por aí, mais
“filhos” um Universo vai gerar.
Então nós, os descendentes dessas moléculas, podemos ser um
mero subproduto da verdadeira seleção natural, a do Cosmos. Parece
desolador, mas, se for isso mesmo, os habitantes deste planeta podem se
orgulhar de saber que as leis de Darwin governam tudo isso.
Ou até mais do que isso. Baruch Spinoza, um filósofo holandês do
século 17, defendia que Deus e Universo são só dois nomes para uma coisa
só; que o Criador não é exatamente um criador, mas a grande regra que
move o Cosmos. Se você gosta desse ponto de vista (Einstein gostava)
pode imaginar tranquilamente: Darwin não matou Deus. Só descobriu onde
ele realmente está.
6 plantas perigosas que você não quer conhecer de perto
Todo mundo já sabe que se deve pensar duas vezes antes de fazer cafuné em um bichinho selvagem – mesmo naqueles com carinha de bom moço. Mas seu sentido-aranha dificilmente o alertaria para a dimensão dos perigos que podem estar escondidos em meio a folhinhas verdes. Melhor recalibrar seus instintos, colega. Conheça 6 plantas perigosas que você não vai querer conhecer de perto:
1. Gympie ferrão (Dendrocnide moroides)A árvore australiana Dendrocnide moroides (também conhecida como gympie ferrão) não é o tipo de plantinha que você quer ter no jardim. Em suas folhagens aparentemente inofensivas está uma das toxinas mais nocivas já identificadas, o que faz com que seja considerada uma das árvores mais perigosas do mundo. As primeiras histórias a respeito da planta datam de 1866: naquele ano, o topógrafo A.C. Macmillan relatou que seu cavalo topou com a planta, enlouqueceu e morreu duas horas depois. Pesquisas mais recentes apontam que é bem provável que ele não tenha aumentado nenhum ponto nesse conto. Para se ter uma ideia, o contato com a toxina (cujo efeito pode perdurar meses) pode fazer com que até mesmo pessoas saudáveis entrem em choque anafilático imediato. Nas palavras da pesquisadora Marina Hurley: é como sofrer queimaduras ácidas e ser eletrocutado ao mesmo tempo. Ai. Melhor manter distância.
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2. Heracleum mantegazzianum
Maria Graham e seu marido Keith Cooper estavam fazendo uma caminhada no litoral britânico neste mês de setembro quando ela avistou uma planta que pensou que combinaria com seu jardim. Keith foi na frente conferir de perto a robusta vegetação – e se deu mal. A planta bonitinha era a gigante Heracleum mantegazzianum, nativa da região do Caucaso e da Ásia e presente também na América do Norte e em parte da Europa. Quem entra em contato com sua seiva demora a esquecer: ela contém toxinas fotossensibilizadoras que, em contato com a luz solar, provocam uma grave urticária e bolhas que se espalham pela pele afetada em 48 horas. E fica pior: a hipersensibilidade aos raios ultravioletas não é só momentânea. No caso de Keith, a recomendação médica é que ele proteja a área afetada por pelo menos 7 anos.
3. Beladona (Atropa belladonna)
Você provavelmente não vai avistar essa plantinha em locais ensolarados – encontrada na Europa, norte da África e Ásia, a beladona prefere se esgueirar por lugares sombrios. Apropriado. Não se deixe enganar pelas simpáticas flores púrpuras: trata-se de uma das plantas mais tóxicas do hemisfério oriental, e a ingestão de uma única folha pode provocar a morte de um adulto. Quem escapa da morte também passa por maus bocados: os sintomas do envenenamento incluem sensibilidade à luz, taquicardia, perda de equilíbrio, dor de cabeça, erupção cutânea, boca e gargantas secas, fala atrapalhada, confusão, alucinações, delírio e convulsões.
4. Acônito (Aconitum variegatum)
Os germanos e os gauleses já estavam ligados nos perigos acobertados pelas belas flores azuis do acônito: na antiguidade, eles usavam o veneno desta planta na pontas de suas flechas. Se o golpe não fosse letal, o veneno podia ser fatal. Apenas 10g da raiz podem provocar a morte de um adulto. Os primeiros sintomas de envenenamento não demoram a aparecer: náuseas, vômito, diarréia. Depois, só piora – sensação de queimação, dormência na boca e rosto, hipotensão, arritmia, parada cardíaca. Hanna MacKay aprova.
5. Mancenilheira (Hippomane mancinella)
O seu tronco costuma estampar um X vermelho, para alertar do perigo desta planta cujos frutos foram apelidados como “maçãs da morte”. Não tenha dúvidas: se avistar uma mancenilheira – que cresce na Flórida, nas Bahamas, Caribe e América Central – é melhor dar meia volta. Todas as partes da robusta árvore possuem substâncias altamente tóxicas, algumas delas ainda não identificadas. Um desavisado que tentar se proteger da chuva de baixo de sua folhagem se arrependeria amargamente da escolha: até contato leve com a planta provoca severa reação alérgica, urticária e formação de bolhas. Doloroso.
6. Ongaonga (Urtica ferox)
Só de bater o olho já dá para desconfiar: a ongaonga, como é conhecida popularmente esta planta natural da Nova Zelândia, possui uma série de longos pelos urticantes, que – como agulhas – injetam substâncias tóxicas em quem nela esbarrar. E a sensação deste encontro está longe de ser agradável: além de dor e dormência imediatas, o que vem em seguida são fortes dores abdominais, desorientação, problemas respiratórios, comprometimento das funções motoras e câimbras. Em 1961, o encontro com a ongaonga foi responsável por pela morte de um homem que havia sido múltiplas vezes “picado” por seus pelos. É a única ocorrência fatal registrada, mas não faltam casos de pessoas que sentiram os efeitos das toxinas, que geralmente duram até seis dias.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
5 dicas para fazer dele um viciado em você
As
paixões vêm e vão. Todos os dias conhecemos pessoas novas e nos
deparamos com possíveis candidatos para entrar no nosso coração.
É claro que a intuição tem um papel fundamental nessa história. Ela está ligada a sentimentos como atração e desejo sexual. Mas
o que fazer quando encontrar aquele cara super legal que, faz o coração
bater mais forte? Deixando o poder de atração que existe dentro de você
vir à tona com força total. Veja as 5 dicas para fazer dele um viciado em você, e quem sabe ele não ficará de joelho a seus pés!
Quando você
começa a ir atrás de uma pessoa para amar, normalmente dirige a atenção
para aqueles que não são como você. Mas conforme amadurece sua
identidade, passa a procurar parceiros que possuem as qualidades que
você mais admira em si mesma.
1 - Dar asas à imaginação dele
Mesmo
se estiver totalmente caída por um sujeito, não abra o livro de sua
vida para ele de imediato. Uma mulher que guarda as coisas para si mesma
tem uma certa aura de mistério, que provoca e mantém aceso o interesse
masculino. O truque é dar a impressão de que você pensa mais coisas do
que diz ou fingir que esconde um pequeno (mas quentíssimo) segredo.
2 - Fazer o jogo do talvez
A atitude devo-ficar-ou-devo-ir-embora faz milagres para prender a
atenção de um homem. Talvez é a palavra que a mulher sedutora parece
dizer o tempo inteiro. Nessa linha, um bom plano de ação é se vestir
para matar, porque os homens gostam de ser provocados e, ao mesmo tempo,
adotar uma postura discreta e comportada. Cada passo que der ficará
marcado na cabeça dele em função dessa dupla mensagem. Em vez de
responder a uma pergunta, olhe timidamente para ele enquanto toma seu
suco de frutas.
3 - Ouvir com atenção
Se você está muito preocupada com a própria performance para prestar
atenção no que ele está falando, então caiu numa armadilha mortal. Ouvir
atentamente significa dar a ele o que qualquer homem sonha receber de
uma mulher: reconhecimento e validação. Enquanto o objeto de seu desejo
discursa, deixe a linguagem corporal subliminar falar por você. Passar
os dedos no colar, balançar o cabelo, correr a língua nos lábios, tocar o
pescoço e o rosto, tudo isso é extremamente feminino e atraente aos
olhos dele.
4 - Irradiar energia
Quando
você se envolve em atividades que a apaixonam, seu entusiasmo
transparece. Uma mulher que transpira felicidade é um ímã. Os homens dão
tudo por um pouco dessa energia. Mas atenção: não adianta encher a
agenda de compromissos fictícios e fingir que está feliz só para
impressioná-lo. Suas intenções vão transparecer, e você corre o sério
risco de perder a parada.
5 - Ser única
Todos
os especialistas concordam: a autoconfiança tem alto poder de atração. A
chave é concentrar-se nos seus pontos altos - a elegância, a
inteligência, o senso de humor ou um talento especial - e trabalhar em
cima disso. Trocando em miúdos, se você quer se tornar inesquecível, não
pode ser uma cópia carbono de outras mulheres. Portanto, compre apenas
roupas que pareçam com você - mas você no seu melhor! Os homens não têm
ideia do que está ou não na moda, mas percebem quando uma mulher está se
sentido totalmente confortável na sua segunda pele.
5 frases femininas que irritam os homens
1 – “Estou quase pronta, só falta a maquiagem”
Essa frase possui algumas variações, como “só falta escolher o sapato”,
“só falta colocar os brincos” ou “só falta passar o vestido”. Rafael, 23
anos, assume ficar muito irritado quando sua namorada usa uma delas,
porque sabe que, na verdade, ela não está quase pronta, está apenas
começando a se arrumar. Ele também afirma que seria menos irritante se
ela simplesmente admitisse que está atrasada, ao invés de dar “falsos
relatórios”.
2 – “Precisamos conversar, não acha?”
Acredite, ele não acha. Discutir a relação é um hábito, em geral,
defendido pelas mulheres e odiado pelos homens. Para nós, é importante
falar sobre um problema ou desentendimento e resolver as coisas de uma
vez por todas mas, para eles, essa pergunta desencadeia uma longa
conversa desnecessária, que poderia ser substituída por um porre juntos
ou por uma noite de amor, para fazer as pazes. É o que afirma Matheus,
de 25 anos.
3 – “Nada”
Quase toda mulher já usou essa. Trata-se de uma saída (mentirosa) pela
tangente, para não ter que admitir que algo está terrivelmente errado.
Seu parceiro te pergunta: “o que aconteceu?” – e você, sem pensar duas
vezes, responde: “nada”. Pronto. Não é necessário nada mais para que ele
saia do sério. Isso porque você responde imaginando que o motivo que te
deixou magoada ou nervosa é tão óbvio que ele deveria,
obrigatoriamente, saber o que é. Mas, na maioria das vezes, ele está
perguntando porque, realmente, não sabe o que houve, diz Afonso, 20
anos.
4 – “Você não acha que eu estou gorda?”
Meninas, parem de torturar seus parceiros. Quando uma mulher faz essa
pergunta, muitas vezes ela quer apenas ouvir um elogio. Acontece que
homens são práticos – e sinceros -, e há uma grande chance de que o
rapaz te responda o que realmente pensa a respeito do seu peso.
Portanto, se você não está disposta a encarar a opinião do seu amado
sobre aquela barriguinha que tanto te irrita, não faça essa pergunta,
apela Rafael.
5 – “Faça o que você quiser”
Outro método de tortura amplamente utilizado por nós, essa afirmação
quase generosa na verdade esconde perigos incalculáveis para os homens.
Eles sabem, ao ouvir isso, que não devem fazer o que querem, de fato, ou
sua integridade poderá estar seriamente comprometida. Essa pressão
psicológica já está manjada e poderia ser saudavelmente evitada, caso
você se dispusesse a realmente dividir com seu parceiro sua opinião
sobre as atitudes dele. “Explique o que te incomoda e o porquê”, diz
Matheus, “ao invés de simplesmente jogar sobre nós a responsabilidade
sobre algo que, fatalmente, vai te magoar”.
50 situações azaradas que acontecem ou irão acontecer com você
01) Se alguma pessoa que você considera bonita está olhando para você, é porque tem algo no seu dente.
02) Se você estuda 4
hora para impressionar seus pais, e mexe durante 1 hora no PC pra se
divertir, eles só vão estar em casa durante a hora em que você estiver
no PC.
03) Ao comprar um Hall’s, por mais sem amigos que você seja, pessoas virão te pedir.
04) Se um professor estiver de mal humor e puder te fuder, ele vai.
05) Não importa quantas vezes você entre no site, você sempre é o milésimo visitante e vai ganhar um Ipad.
06) Se sua internet
puder cair, ela vai cair, e na pior hora, quando não tiver nada de bom
na TV, nem nada para fazer em nenhum lugar.
07) Independente do contrato e do tamanho, “I agree”.
08) A urgência de alguém fazer algo no computador é proporcional ao seu interesse no que você está fazendo naquele momento nele.
09) Se estás livres, alguém liga para falar com outra pessoa. Se estás ocupados, é para você.
10) A chance de um download dar problema nos primeiros 90% é de 10%, e nos 10% finais é de 90%.
11) Se o trabalho é para amanhã, a tinta da impressora acabou.
12) As pessoas só olham o que você está fazendo no computador quando uma pop-up pornográfica se abre sozinha.
13) Não importa o quão lançamento seja o seu eletrônico, alguém perto de você sempre terá um mais recente.
14) “Eu estou gorda?” é uma pergunta incapaz de ser respondida satisfatoriamente.
15) “Você quer apanhar?” Também.
16) Não importa se você está certo, você está errado.
17) As palavras política e corrupção, se usadas na mesma frase, geram redundância.
18) As baterias do seu celular sempre vão descarregar quando você mais precisar.
19) Quanto mais
impaciente você estiver, maior é a chance de alguém entrar no seu ônibus
ouvindo funk ou uma criança começar a chorar.
20) Obras com martelos e furadeiras só acontecem nos seus dias de folga.
21) Se alguém quer te dar um conselho, então ele não é bom.
22) Toda tarefa é sempre programada em três fases: “1º: Amanhã eu faço”, “2º Mais tarde eu faço” e “3º Eu não vou fazer”.
23) Coisas interessantes só surgem cinco minutos antes de você ter que sair.
24) As filas sempre param na vez da pessoa à sua frente.
25) Se vocês estão em quatro, só cabem três.
26) Quando estás solitário, não conhece ninguém, quando tem alguém para chamar para sair, tens que viajar.
27) Se tens que ir a pé, vai chover.
28) Quarta, quinta e sexta: Sol. Sábado: Chuva.
29) Não importa o quão dura seja uma regra, alguém achará uma excessão.
30) Bandas que cantam mal são imortais.
31) Sempre vai existir alguém que tirou uma nota maior que a sua e estudou menos.
32) Quando estás namorando o número de pretendentes triplica.
33) Quando estás solteiro tens o saldo negativo.
34) As questões mais fáceis serão as que você vai errar.
35) Não importa o que você esteja fazendo, na cabeça dos outros você sempre está com tempo livre.
36) Se é do seu gosto, não serve em você.
37) Não importa o quão rico ou bonito você seja, terás diarréias como todo mundo.
38) Um banheiro está sempre tão cheio quanto sua bexiga.
39) O dia em que você pode dormir até mais tarde, será o dia em que você despertará cedo e não conseguirá mais dormir.
40) Quem tem um “pôbrema”, tem dois.
41) Pessoas inconvenientes aparecem nas horas mais inoportunas.
42) Se você está entendendo e porque não está prestando atenção.
43) E se está prestando atenção é porque não é importante.
44) Não importa o quanto você estude, algo te surpreenderá.
45) Tudo é mais simples depois que já se sabe a resposta.
46) Se algo vai bem é porque não foi certamente analisado ainda.
47) Nenhuma receita é tão fácil quanto na sua cabeça, nem tão boa quanto na foto.
48) Se você sabe como fazer, não se lembra da fórmula.
49) Se você se lembra, não tem certeza.
50) Nada é tão bom quanto você imagina, nem tão ruim como te dizem que é.
Altruísmo deixa seu corpo mais saudável do que a felicidade
Não faltam livros ou pesquisas para provar que a felicidade influencia sua saúde. E um estresse emocional, como a perda de um emprego ou um pé na bunda, faz mal mesmo: o organismo inicia um processo inflamatório e isso pode culminar em outras doenças. Mas parece que só a felicidade não é suficiente para impedir esse desenrolar ruim. Na verdade, fazer o bem deixa seu corpo mais saudável do que a felicidade.
É o que garante uma nova pesquisa liderada pelos pesquisadores Steve Cole e Barbara Fredrickson, da Universidade da Carolina do Norte. Eles queriam saber quais dos 80 participantes se sentiam felizes (com perguntas do tipo “com que frequência você se sente feliz?” e “com que frequência você sente interesse pela vida”) e prestativos (“com que frequência você sente que tem algo a acrescentar à sociedade?” e “com que frequência você sente que sua vida tem um significado?”). Depois pediram a eles que passassem por exames de ressonância magnética para saber como o cérebro reagia a diferentes estímulos.
Em estudos anteriores, Cole já havia descoberto uma relação entre as reações negativas do corpo e alguns padrões genéticos de resposta. Quando sofremos uma perda, o corpo liga o modo de ameaça. E é isso que desencadeia o tal processo inflamatório. “Você tem um sistema imunológico morrendo de vontade de agir”, explica Fredrickson (as aspas são da Atlantic). “Se você tem um registro longo de adversidades, ele se prepara para infecções bacterianas. Para nossos ancestrais, solidão e adversidades eram associadas com infecções causadas por predadores e luta”, conclui.
Mas quando você se sente bem, cheio de amigos, seu corpo se prepara para lidar com as interações sociais. Aí aciona o sistema de defesa contra vírus. Ele entende assim: se você está feliz é porque anda interagindo com muita gente, e não com bichos e feridas (como acontece quando você está sozinho e triste), é melhor, então, se preparar para sofrer mais ataque de vírus do que bactérias.
Só que nem sempre a felicidade basta para desencadear esse sistema contra vírus. Entre os voluntários de Cole e Fredrickson, 75% se sentiam felizes, mas não viam nenhum significado na vida. E, quando analisaram as imagens da ressonância magnética, os pesquisadores descobriram que esse grupo acionava aquele mesmo padrão de resposta inflamatória. Já na turma dos altruístas que tinha (e cumpria) um propósito de vida, felizes ou não, o cérebro reagia de modo diferente: liberava o sistema imunológico contra vírus. Ou seja, eles corriam menos risco de desenvolver doenças que nascem das inflamações, como o câncer.
É, nem os pesquisadores sabem ainda explicar a descoberta. Mas fica a dica: você pode até ser feliz numa vida hedonista, mas seu corpo não reage muito bem. Ele prefere seus momentos de caridade.
Como um quadro de R$ 505 passou a valer R$ 36 milhões
Uma pechincha: essa é uma das
maneiras de caracterizar a compra feita pelo médico da marinha
britânica William Glossop Thwaites, no ano de 1962. Ele pagou
exatamente 140 libras (aproximadamente 505 reais na cotação atual) por
um quadro que retrata um jogo de cartas, intitulado “Os Trapaceiros”.
Ele se tornou o proprietário da obra e passou a mesma adiante para
seus herdeiros. Até que, em 2006, o quadro foi leiloado, dessa vez por
42 mil libras (R$ 151 mil, em valores atuais), depois que especialistas
contratados pelo site de leilões Sotherby’s disseram que se tratava de
uma cópia de um quadro de Michelangelo Merisi da Caravaggio, pintor
italiano que morreu aos 38 anos, em 1610.Mas a vida é mesmo uma caixinha de surpresas: mais tarde, o colecionador e historiador britânico Denis Mahon, que arrematou o quadro no leilão, afirmou que a pintura era, de fato, original. Ela foi reavaliada, e atualmente acredita-se que seu valor é de 10 milhões de libras (36 milhões de reais). Os herdeiros de Thwaites, que comprou a pintura em óleo sobre tela há cinco décadas, estão exigindo da casa de leilões o restante da fortuna correspondente à avaliação atual da mesma.
O quadro, que tem um nome um tanto quanto apropriado: Os Trapaceiros
Trabalhos originais de Caravaggio são muito raros – esse é o motivo
da grande valorização de suas pinturas que são colocadas à venda. Não se
tem notícia de nenhum de seus quadros que tenha sido comprado ou
leiloado no último século. A casa de leilões defende a tese de que
trata-se de uma cópia, o que, de acordo com eles, é comprovado pela
avaliação de vários especialistas. O caso irá a julgamento em Londres no
ano que vem.
6 animais feiosos que também merecem o seu amor
A popularidade de vídeos de gatinhos não deixa mentir: todos nós
adoramos bichinhos fofos. O problema, amigo, é que nem só de rostinhos
bonitos vive o reino animal. Para lançar luz sobre esse mundo de
vaidades, foi criada a Ugly Animals Society (Sociedade dos Animais Feios,
em português), uma organização inglesa bem humorada que tem uma causa
nobre: aumentar a visibilidade das criações “esteticamente
desfavorecidas” da Mãe Natureza. Além de divulgar semanalmente
informações sobre um bichinho feioso diferente, o grupo promoveu uma votação para eleger (entre fortes candidatos) o animal mais feio do mundo. Depois de mais de 20 mil votos online, o vencedor foi escolhido. Conheça o bichinho coroado e outros 5 animais pouco carismáticos que também merecem o seu amor:
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1. Peixe-bolha (Psychrolutes marcidus)
Difícil decidir se é o aspecto de geleca ou o semblante mal-humorado que faz do peixe-bolha um ser tão esquisito. Mas não há dúvidas de que a combinação certamente não favorece o habitante das águas profundas das costas da Austrália e Tasmânia: o peixe (que com seu corpo gelatinoso é capaz de suportar a pressão alta das profundezas) foi eleito pelo voto online o animal mais feio do mundo em anúncio feito no Festival Britânico de Ciência em Newcastle, realizado no dia 12 de setembro. Apesar de não ser comestível, o bichinho é ameaçado pela pesca predatória: por se alimentar de caranguejos e lagostas, acaba sendo laçado junto de suas presas pelas redes usadas na pescaria.
2. Macaco-narigudo (Nasalis larvatus)
O macaco-narigudo dificilmente passa despercebido em meio à multidão. Natural da Malásia, o animal faz jus ao seu nome: o nariz dos machos desta espécie pode chegar a medir mais de 10 centímetros. Listado como uma espécie ameaçada da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, sua população diminuiu em mais de 50% nas últimas cinco décadas devido à perda de habitat e caça.
3. Tartaruga-nariz-de-porco (Carettochelys insculpta)
Também candidata a uma rinoplastia, a tartaruga-nariz-de-porco habita rios e lagos da Austrália e da Nova Guiné. Última representante do gênero Carettochelys, a espécie encontra-se em estado vulnerável de conservação: apesar de ser protegida por lei, entre os anos de 1981 e 2011 sua população diminuiu mais de 50%. A curiosa tartaruga é vítima de contrabando e comércio ilegais – em 2011, por exemplo, foram apreendidos 600 exemplares contrabandeados para a China; este ano, outras 700 foram encontradas em um aeroporto.
4. Axolote (Ambystoma mexicanum)
Diferentemente de seus coleguinhas anfíbios, como sapos e rãs, que passam a viver na terra depois de amadurecerem e abandonarem suas formas larvais, o feioso axolote nunca cresce (#ForeverYoung) e vive na água a vida toda – mais especificamente, nos lagos próximos da Cidade do México. Só que por lá a maré não está boa para o axolote: a urbanização e a poluição das águas fizeram com que a espécie fosse classificada como criticamente ameaçada na natureza. No entanto, são bastante populares nos laboratórios, onde sua grande capacidade de regeneração é estudada.
5. Rã-do-Titicaca (Telmatobius culeus)
Naturais do Lago Titicaca, localizado na fronteira do Peru e da Bolívia, estes anfíbios foram um dia extremamente numerosos na região. Hoje a história é diferente: depois de sofrerem por anos os impactos do consumo predatório, poluição e depredação dos cursos d’água, a população da rã-do-titicaca minguou, e a espécie é considerada hoje criticamente ameaçada. Particularmente esquisita, esta rã tem capacidade pulmonar reduzida e são suas muitas dobras de pele que permitem que ela respire. Este curioso excesso de tecido lhe garantiu um apelido (nem tão carinhoso): “rã escroto”. Tire suas próprias conclusões.
6. Kakapo (Strigops habroptilus)
O papagaio-mocho é certamente mais simpático que os seus demais companheiros desamparados, mas ele sofre de outro tipo de bullying animal: é o único papagaio do mundo que não voa. Tudo estava bem para o pássaro da Nova Zelândia (que vivia em um ambiente com poucos predadores naturais) até a chegada de europeus no território na década de 1840, que trouxeram também gatos, cachorros e outros mamíferos que se tornaram uma ameaça ao bichinho. Hoje o kakapo corre perigo crítico de extinção, com apenas 126 espécimes contabilizados no mundo em 2012.
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1. Peixe-bolha (Psychrolutes marcidus)
Difícil decidir se é o aspecto de geleca ou o semblante mal-humorado que faz do peixe-bolha um ser tão esquisito. Mas não há dúvidas de que a combinação certamente não favorece o habitante das águas profundas das costas da Austrália e Tasmânia: o peixe (que com seu corpo gelatinoso é capaz de suportar a pressão alta das profundezas) foi eleito pelo voto online o animal mais feio do mundo em anúncio feito no Festival Britânico de Ciência em Newcastle, realizado no dia 12 de setembro. Apesar de não ser comestível, o bichinho é ameaçado pela pesca predatória: por se alimentar de caranguejos e lagostas, acaba sendo laçado junto de suas presas pelas redes usadas na pescaria.
2. Macaco-narigudo (Nasalis larvatus)
O macaco-narigudo dificilmente passa despercebido em meio à multidão. Natural da Malásia, o animal faz jus ao seu nome: o nariz dos machos desta espécie pode chegar a medir mais de 10 centímetros. Listado como uma espécie ameaçada da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, sua população diminuiu em mais de 50% nas últimas cinco décadas devido à perda de habitat e caça.
3. Tartaruga-nariz-de-porco (Carettochelys insculpta)
Também candidata a uma rinoplastia, a tartaruga-nariz-de-porco habita rios e lagos da Austrália e da Nova Guiné. Última representante do gênero Carettochelys, a espécie encontra-se em estado vulnerável de conservação: apesar de ser protegida por lei, entre os anos de 1981 e 2011 sua população diminuiu mais de 50%. A curiosa tartaruga é vítima de contrabando e comércio ilegais – em 2011, por exemplo, foram apreendidos 600 exemplares contrabandeados para a China; este ano, outras 700 foram encontradas em um aeroporto.
4. Axolote (Ambystoma mexicanum)
Diferentemente de seus coleguinhas anfíbios, como sapos e rãs, que passam a viver na terra depois de amadurecerem e abandonarem suas formas larvais, o feioso axolote nunca cresce (#ForeverYoung) e vive na água a vida toda – mais especificamente, nos lagos próximos da Cidade do México. Só que por lá a maré não está boa para o axolote: a urbanização e a poluição das águas fizeram com que a espécie fosse classificada como criticamente ameaçada na natureza. No entanto, são bastante populares nos laboratórios, onde sua grande capacidade de regeneração é estudada.
5. Rã-do-Titicaca (Telmatobius culeus)
Naturais do Lago Titicaca, localizado na fronteira do Peru e da Bolívia, estes anfíbios foram um dia extremamente numerosos na região. Hoje a história é diferente: depois de sofrerem por anos os impactos do consumo predatório, poluição e depredação dos cursos d’água, a população da rã-do-titicaca minguou, e a espécie é considerada hoje criticamente ameaçada. Particularmente esquisita, esta rã tem capacidade pulmonar reduzida e são suas muitas dobras de pele que permitem que ela respire. Este curioso excesso de tecido lhe garantiu um apelido (nem tão carinhoso): “rã escroto”. Tire suas próprias conclusões.
6. Kakapo (Strigops habroptilus)
O papagaio-mocho é certamente mais simpático que os seus demais companheiros desamparados, mas ele sofre de outro tipo de bullying animal: é o único papagaio do mundo que não voa. Tudo estava bem para o pássaro da Nova Zelândia (que vivia em um ambiente com poucos predadores naturais) até a chegada de europeus no território na década de 1840, que trouxeram também gatos, cachorros e outros mamíferos que se tornaram uma ameaça ao bichinho. Hoje o kakapo corre perigo crítico de extinção, com apenas 126 espécimes contabilizados no mundo em 2012.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
História mal contada
TutancâmonDE TEMPOS EM TEMPOS, UMA NOVA TEORIA
Afinal, do que morreu Tutancâmon? Desde que a tumba do mais famoso faraó egípcio foi descoberta, em 1922, especula-se de tudo. Tuberculose, complicações decorrentes de um tombo durante uma caçada, assassinato... A cada teoria, surgem novas "evidências" supostamente capazes de comprová-la. A hipótese de assassinato, por exemplo, ganhou força quando um raio X da múmia revelou uma perfuração no crânio de Tut. O faraó-menino, que morreu aos 19 anos - em 1324 a.C. - sem deixar herdeiros, teria sido golpeado na cabeça por alguém que pretendia sucedê-lo no trono. História tentadora, não é verdade? Digna de filme! Hoje, no entanto, acredita-se que a lesão tenha ocorrido durante o processo de mumificação.
A mais recente explicação para a morte de Tutancâmon, divulgada no início de 2010, põe por terra todas as teorias anteriores. Uma equipe de pesquisadores submeteu 11 múmias da família de Tut - inclusive a do próprio - a exames radiológicos e testes de DNA. O resultado indicou a presença de genes vinculados ao parasita Plasmodium falciparum, causador da malária, nos tecidos do faraó e de mais 3 de seus parentes. "De fato, essa era uma doença comum no Egito antigo", afirma André Mota, coordenador do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da USP.
Malária, contudo, não teria sido a única responsável pela morte de Tutancâmon. As tomografias confirmaram que o faraó sofreu uma fratura no fêmur direito dias antes de morrer. Dedução dos cientistas: uma infecção subsequente teria colaborado para o agravamento de seu estado. O novo estudo revelou ainda uma série de más-formações na família de Tut, provavelmente decorrentes de uniões consanguíneas. Na análise do grupo de múmias reais, descobriu-se, por exemplo, que os pais do faraó eram irmãos, e que ele próprio talvez tenha se casado com uma irmã ou meia-irmã. Essa seria mais uma explicação para a fragilidade de Tutancâmon - consequência de um longo histórico de relações incestuosas.
Os autores da pesquisa reconhecem, no entanto, que, embora esse tenha sido o mais minucioso estudo já feito da múmia do faraó, o diagnóstico não pode ser considerado definitivo. Ou seja: mais de 3 300 anos depois de sua morte, o mistério de Tutancâmon parece estar longe de ser solucionado.
Alexandre, O GrandeVÍTIMA DE UMA CRIATURA
Bonitão, forte, corajoso. Para os soldados liderados por ele, Alexandre era quase um semideus. Entre 344 e 326 a.C., o general comandou a maior campanha militar da história, conquistando boa parte do mundo conhecido até então. Nos fronts, sobreviveu a frio intenso, calor escaldante, condições precárias de alimentação e higiene. Sem contar as dezenas de ferimentos graves, provocados por lanças e flechas desferidas pelos inimigos. Mas foi morrer muito longe de um campo de batalha. Já estava aposentado, vivendo na Babilônia, quando sucumbiu a uma doença misteriosa, em 323 a.C. Qual teria sido o mal que derrubou esse homem aparentemente indestrutível?
Não há consenso entre os pesquisadores, mas é provável que Alexandre, o Grande, tenha caído diante de uma criaturazinha microscópica, que em nada faria justiça ao seu histórico de herói: a bactéria causadora da febre tifoide. Registros dos últimos dias de vida do general parecem corroborar essa tese, pois vários sintomas descritos nesses relatos são compatíveis com a doença - entre eles, febre alta, calafrios, suor exagerado e exaustão crônica.
Fenômeno bizarro
Não há consenso entre os pesquisadores, mas é provável que Alexandre, o Grande, tenha caído diante de uma criaturazinha microscópica, que em nada faria justiça ao seu histórico de herói: a bactéria causadora da febre tifoide. Registros dos últimos dias de vida do general parecem corroborar essa tese, pois vários sintomas descritos nesses relatos são compatíveis com a doença - entre eles, febre alta, calafrios, suor exagerado e exaustão crônica.
Fenômeno bizarro
E tem mais! Esse diagnóstico seria também a explicação para um fenômeno bizarro envolvendo a morte de Alexandre. Segundo algumas narrativas da época, seu corpo teria levado muito mais tempo que o normal para começar a se decompor. Pois bem: uma das possíveis complicações da febre tifoide é justamente um tipo de paralisia que começa nos pés e vai subindo pelo corpo, deixando sua vítima imóvel e com a respiração reduzida, quase imperceptível. Ou seja: todos teriam pensado que Alexandre já teria morrido, embora ele ainda estivesse vivo. Daí a falsa impressão de que seu corpo demorou muito para se deteriorar. Sim, a história parece maluca, mas é perfeitamente possível segundo os especialistas.
Como é de praxe, teorias conspiratórias também cercam esse caso. Uma delas diz que o general teria sido assassinado com uma dose letal de arsênico colocada numa taça de vinho. De fato, Alexandre começou a passar mal, com os sintomas que mais tarde o levariam à morte, justamente depois de uma bebedeira. Mas, para o médico americano Philip Mackowiak, autor do livro Post-Morten: Solven History´s Great Medical Mysteries ("Post-Morten: Resolvendo os Grandes Mistérios Médicos da História", inédito no Brasil), essa tese é uma enorme bobagem. O motivo? Muito simples: "O arsênico só foi purificado cerca de 1 500 anos depois da morte de Alexandre".
Como é de praxe, teorias conspiratórias também cercam esse caso. Uma delas diz que o general teria sido assassinado com uma dose letal de arsênico colocada numa taça de vinho. De fato, Alexandre começou a passar mal, com os sintomas que mais tarde o levariam à morte, justamente depois de uma bebedeira. Mas, para o médico americano Philip Mackowiak, autor do livro Post-Morten: Solven History´s Great Medical Mysteries ("Post-Morten: Resolvendo os Grandes Mistérios Médicos da História", inédito no Brasil), essa tese é uma enorme bobagem. O motivo? Muito simples: "O arsênico só foi purificado cerca de 1 500 anos depois da morte de Alexandre".
Napoleão
SAL NA COMIDA PODE TER SIDO O VENENO
Esqueça a história de envenenamento. Tudo leva a crer que Napoleão Bonaparte, o imperador que governou a França com mão de ferro em dois períodos, entre 1804 e 1815, padeceu da mesma doença que no ano passado matou 650 mil pessoas no mundo: câncer de estômago.
Para muitos historiadores, a hipótese de assassinato sempre fez sentido. Afinal, os adversários políticos de Napoleão temiam que ele desse um jeito de escapar da prisão, na ilha de Santa Helena, e retomasse o poder - do qual abdicara após a derrota para ingleses e prussianos na Batalha de Waterloo. Na verdade, é bem capaz que o próprio imperador preferisse uma morte assim, cinematográfica. Ela combinaria bem mais com seu ego - que, segundo dizem, foi ainda maior que a ambição de conquistar a Europa. Durante décadas, apostou-se na possibilidade de Napoleão ter sido envenenado com arsênico, substância encontrada em seus fios de cabelo (preservados e analisados anos após sua morte, em 1821). O veneno teria sido gradualmente adicionado a tudo que o preso comia e bebia, sem que ele percebesse.
O enredo é ótimo, mas parece não ter fundamento. Hoje, acredita-se que a origem do arsênico encontrado em seus cabelos era outra: na época de Napoleão, pequenas quantidades dessa substância costumavam ser usadas na fabricação de vários produtos, como tônicos capilares, remédios e até papel de parede.
Autópsias rigorosas
Segundo Robert Genta, professor de patologia da Southwestern Medical School, nos EUA, o que realmente matou Napoleão foi mesmo um "trivial" câncer de estômago. Genta estudou inúmeros documentos sobre a morte do imperador, principalmente as anotações do cirurgião François Antommarchi, responsável por duas rigorosas autópsias. Os manuscritos falam de lesões nas paredes do estômago e da presença, em todo o órgão, de um material "que lembrava grãos de café". Para o patologista, são evidências de sangramento decorrente do câncer.
Genta comparou as descrições feitas por Antommarchi com 135 casos atuais de pacientes com câncer de estômago, e concluiu que o mal de Napoleão Bonaparte só poderia ser esse. "É muito difícil [para não dizer impossível] precisar a causa da doença", diz o professor. "Ela pode ter sido provocada, entre outros fatores, até por uma predisposição familiar. Mas os soldados da época, inclusive o imperador, comiam muitos alimentos preservados em sal, riquíssimos em nitritos. E é sabido que esse tipo de comida aumenta o risco de câncer gástrico."
Beethoven
A MISTERIOSA SURDEZ DE UM GÊNIO
Pobre Beethoven. Embora a genialidade do compositor tenha sido reconhecida muito cedo, sua personalidade sempre foi mal interpretada. A imagem que entrou para a posteridade é a de um senhor recluso e rabugento. Nada a ver, entretanto, com o rapaz de bem com a vida que ele demonstrava ser na juventude. A mudança de humor tem explicação: por volta dos 26 anos de idade, Beethoven começou ficar surdo.
Nascido em 1770, o alemão Ludwig van Beethoven atingiu o ápice de sua carreira em 1814, quando foi aclamado o maior músico do mundo em atividade. Tinha 44 anos. Mas o misterioso problema de audição já o impedia de saborear momentos de glória. Além da surdez progressiva, àquela altura ele era atormentado também por um zumbido ininterrupto. Até que a situação finalmente evoluiu, por volta de 1816, para a surdez quase absoluta. Mesmo assim, foi na reclusão motivada pela incapacidade de ouvir que Beethoven criou algumas de suas mais belas obras - como a Sinfonia n° 9, composta entre 1822 e 1824.
Antes de perder completamente a audição, Beethoven recorreu a vários médicos, que lhe receitaram desde tônicos à base de ervas até banhos termais e temporadas de descanso no campo. Tudo em vão. A única coisa que lhe garantia algum alívio - pelo menos para o zumbido - eram chumaços de algodão enfiados nos ouvidos. O compositor morreu, em 1827, sem que ninguém lhe apresentasse um tratamento eficiente, muito menos a cura. E a causa de seu infortúnio até hoje é motivo de controvérsia.
Múltipla escolha
"Entre as várias teorias, acredito na hipótese de sífilis", afirma o americano Philip Mackowiak. De acordo com o médico, a doença era muito comum em toda a Europa nos tempos de Beethoven, e um de seus efeitos pode ser justamente a perda da capacidade auditiva. Além disso, diz Mackowiak, outros sintomas apresentados pelo compositor apontam para esse diagnóstico - entre eles, irritação intestinal, fortes dores de cabeça e inflamações nos olhos. E mais: segundo o americano, Beethoven costumava frequentar prostitutas - um fator de risco inquestionável, já que a transmissão da sífilis quase sempre se dá por meio do contato sexual.
Por outro lado, o brasileiro Ricardo Bento, professor de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP, aposta numa tese diferente. Baseado principalmente nos dados resultantes da autópsia de Beethoven, o médico acredita que ele sofria de otosclerose clássica - uma doença que leva à má-formação das estruturas internas dos ouvidos. "Ela é altamente incidente na Europa até hoje", afirma Bento, autor de um estudo intitulado A Surdez de Beethoven: O Desafio de um Gênio. "E as causas dessa desordem são genéticas, não têm nada a ver com uma suposta doença sexualmente transmissível."
Nascido em 1770, o alemão Ludwig van Beethoven atingiu o ápice de sua carreira em 1814, quando foi aclamado o maior músico do mundo em atividade. Tinha 44 anos. Mas o misterioso problema de audição já o impedia de saborear momentos de glória. Além da surdez progressiva, àquela altura ele era atormentado também por um zumbido ininterrupto. Até que a situação finalmente evoluiu, por volta de 1816, para a surdez quase absoluta. Mesmo assim, foi na reclusão motivada pela incapacidade de ouvir que Beethoven criou algumas de suas mais belas obras - como a Sinfonia n° 9, composta entre 1822 e 1824.
Antes de perder completamente a audição, Beethoven recorreu a vários médicos, que lhe receitaram desde tônicos à base de ervas até banhos termais e temporadas de descanso no campo. Tudo em vão. A única coisa que lhe garantia algum alívio - pelo menos para o zumbido - eram chumaços de algodão enfiados nos ouvidos. O compositor morreu, em 1827, sem que ninguém lhe apresentasse um tratamento eficiente, muito menos a cura. E a causa de seu infortúnio até hoje é motivo de controvérsia.
Múltipla escolha
"Entre as várias teorias, acredito na hipótese de sífilis", afirma o americano Philip Mackowiak. De acordo com o médico, a doença era muito comum em toda a Europa nos tempos de Beethoven, e um de seus efeitos pode ser justamente a perda da capacidade auditiva. Além disso, diz Mackowiak, outros sintomas apresentados pelo compositor apontam para esse diagnóstico - entre eles, irritação intestinal, fortes dores de cabeça e inflamações nos olhos. E mais: segundo o americano, Beethoven costumava frequentar prostitutas - um fator de risco inquestionável, já que a transmissão da sífilis quase sempre se dá por meio do contato sexual.
Por outro lado, o brasileiro Ricardo Bento, professor de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP, aposta numa tese diferente. Baseado principalmente nos dados resultantes da autópsia de Beethoven, o médico acredita que ele sofria de otosclerose clássica - uma doença que leva à má-formação das estruturas internas dos ouvidos. "Ela é altamente incidente na Europa até hoje", afirma Bento, autor de um estudo intitulado A Surdez de Beethoven: O Desafio de um Gênio. "E as causas dessa desordem são genéticas, não têm nada a ver com uma suposta doença sexualmente transmissível."
HitlerPALPITES DEMAIS E NENHUMA CONCLUSÃO
O ditador alemão Adolf Hitler, responsável por algumas das piores atrocidades já cometidas contra a humanidade, rendeu muito o que falar durante a vida - e não seria diferente à beira da morte. Em seus últimos dias, passados num bunker bem no finalzinho da 2ª Guerra Mundial, ele estava seriamente debilitado. Apresentava sintomas que poderiam ser de uma variedade de doenças. Quais? Não deu tempo de descobrir. Hitler se suicidou com cápsulas de cianeto antes de ser capturado pelos exércitos inimigos.
Biógrafos, pesquisadores e curiosos alimentam muitas especulações. Acredita-se, por exemplo, que ele pudesse sofrer de paranoia - psicose caracterizada pelo desenvolvimento de delírios crônicos, como os de grandeza e perseguição. Combina com a figura, não combina? Pois é justamente em torno da saúde mental de Adolf Hitler que estão as maiores polêmicas. Em 1994, os psiquiatras Jablow Hershman e Julian Lieb publicaram um livro extremamente controverso intitulado A Brotherhood of Tyrants ("Uma Irmandade de Tiranos", sem tradução para o português). Nessa obra, eles investigam a mente de Napoleão, Stálin e Hitler. E concluem, baseados em alguns fatos da vida pregressa do führer, que ele era um maníaco-depressivo. Outros autores, no entanto, questionam veementemente esse parecer.
Praga judaica
Uma das explicações para os supostos transtornos psíquicos de Hitler seria a sífilis - doença infecciosa e sexualmente transmissível facilmente curada com antibióticos, mas que, quando não tratada, pode levar a problemas cardíacos e mentais. Seus sintomas secundários e terciários incluem encefalite, vertigem, dor no peito e taquicardia. Segundo a historiadora Deborah Hayden, o ditador alemão apresentava todos esses sinais. "Isso não prova nada", reconhece Deborah, autora do livro Pox: Genius, Madness and the Mysteries of Syphilis ("Pox: Genialidade, Loucura e os Mistérios da Sífilis", inédito no Brasil). "Mas creio que sejam evidências bem contundentes."
Sabe-se que Hitler, se não tinha a doença, pelo menos alimentava certa obsessão por ela. Considerava a sífilis uma "praga" típica da população judaica - a mesma que ele tentou exterminar em campos de concentração como Auschwitz. E acreditava tão enlouquecidamente na necessidade de deter sua disseminação que dedicou longos parágrafos a esse assunto no livro Mein Kampf ("Minha Luta", uma espécie de manifesto autobiográfico, no qual expõe suas ideias antissemitas, racistas e nacionalistas). Mesmo assim, a teoria de que o führer era portador da sífilis não convence todos os especialistas.
Para o psiquiatra Fritz Redlich, autor de Hitler: Diagnosis of a Destructive Prophet ("Hitler: Diagnóstico de um Profeta Destrutivo", também sem tradução), não há registros históricos que permitam chegar a essa conclusão. Os sintomas apresentados pelo nazista, ainda que comprovados, poderiam estar relacionados a várias doenças, como a artrite temporal - na opinião de Redlich, uma possibilidade bem mais concreta. Já o pesquisador Tim Hutton, da Universidade do Texas, defende que o verdadeiro mal de Hitler seria Parkinson - outra moléstia que afeta o cérebro. Um de seus sintomas são tremores progressivos, resultantes de uma disfunção dos neurônios. De fato, tremedeiras nas mãos - cada vez mais pronunciadas - eram comuns nos últimos meses do ditador. É possível percebê-las, inclusive, em registros cinematográficos da época. Daí a concluir que era esse o seu problema, no entanto, parece mero chute.
VÍCIO FRENÉTICOO nazista era viciado em metanfetaminas.
Nos últimos dias de Hitler, vários fatores podem ter colaborado para o agravamento de seu estado de saúde. O primeiro e mais óbvio de todos: estresse. É bem provável, no entanto, que um vício alimentado pelo führer durante 3 ou 4 anos também tenha ajudado a minar sua resistência. Segundo o médico britânico Derek Doyle, autor de um estudo sobre os tratamentos médicos pelos quais Hitler passou, o ditador acabou se tornando dependente de metanfetaminas durante a 2ª Guerra Mundial. A droga sintética era largamente utilizada por soldados alemães como estimulante e inibidor de apetite. Hitler teria começado a usá-la em 1942, para aliviar os efeitos de uma suposta depressão. E nunca mais parou. O fornecedor da substância era Theodor Gilbert Morell, seu médico particular desde os anos 30. Hoje, há quem acredite que o uso contínuo de metanfetaminas tenha levado o ditador a desenvolver o mal de Parkinson - ou, pelo menos, sintomas muito parecidos com os da doença.
Nos últimos dias de Hitler, vários fatores podem ter colaborado para o agravamento de seu estado de saúde. O primeiro e mais óbvio de todos: estresse. É bem provável, no entanto, que um vício alimentado pelo führer durante 3 ou 4 anos também tenha ajudado a minar sua resistência. Segundo o médico britânico Derek Doyle, autor de um estudo sobre os tratamentos médicos pelos quais Hitler passou, o ditador acabou se tornando dependente de metanfetaminas durante a 2ª Guerra Mundial. A droga sintética era largamente utilizada por soldados alemães como estimulante e inibidor de apetite. Hitler teria começado a usá-la em 1942, para aliviar os efeitos de uma suposta depressão. E nunca mais parou. O fornecedor da substância era Theodor Gilbert Morell, seu médico particular desde os anos 30. Hoje, há quem acredite que o uso contínuo de metanfetaminas tenha levado o ditador a desenvolver o mal de Parkinson - ou, pelo menos, sintomas muito parecidos com os da doença.
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